A imagem mostra uma sala de conferências com várias pessoas sentadas em cadeiras voltadas para um palco. No palco, há uma mesa comprida coberta com uma toalha branca e decorada com flores. Atrás da mesa, estão sentadas onze pessoas, a maioria mulheres, que parecem ser palestrantes ou membros de um painel. Uma das mulheres está falando ao microfone. Ao fundo, há uma tela de projeção com uma apresentação exibida. As paredes da sala são verdes e há cortinas coloridas nas laterais. A plateia está atenta, e algumas pessoas estão tirando fotos ou fazendo anotações. A iluminação é feita por lâmpadas no teto.

Levantamento será concluído no dia 4 de outubro e visa compreender como o novo modelo de avaliação será aplicado nos territórios

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) iniciou, nessa quarta-feira (4), uma pesquisa inédita no Piauí utilizando o Instrumento de Funcionalidade Brasileiro Modificado (IFBrM) e um aplicativo desenvolvido pela Fiocruz Brasília com foco na criação de uma metodologia eficaz para a Avaliação Biopsicossocial Unificada da Deficiência.

A pesquisa é direcionada a pessoas com deficiência do estado e visa avaliar a eficácia da matriz pedagógica e o manual de instruções da Avaliação Biopsicossocial da Deficiência, que é uma das ações previstas no Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o Novo Viver sem Limite.

A formação de equipes avaliadoras e a aplicação do instrumento, segundo a diretora dos Direitos da Pessoa com Deficiência do MDHC, Naira Gaspar, servem para entender como o novo modelo de avaliação será aplicado nos territórios. “O objetivo é garantir que a avaliação seja responsável, segura e que o investimento público tenha efetividade”, explica.

Parcerias

O secretário estadual para Inclusão das Pessoas com Deficiência do Piauí, Mauro Eduardo, destacou o pioneirismo do estado na implementação dessa pesquisa, que será replicada em outros pontos do Brasil. “Com essa capacitação, vamos avaliar e atestar quem realmente é uma pessoa com deficiência como forma de garantir direitos a quem tem direito”, afirmou.

A pesquisa conta com o apoio da Fiocruz, a Organização dos Estados Ibero-americanos, o Governo do Piauí e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), que integra o estudo por meio de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o MDHC. O curso está sendo acompanhado pela professora Maria Santos, representando a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD).

A coordenadora-geral de Integração da Política de Cuidados do MDS, Lisane Marques Lima, explica que o acordo prevê ampliar o acesso às políticas públicas, dentre elas os serviços e programas de cuidados. “Através dessa parceria, o MDS poderá identificar estratégias de atendimento às pessoas com deficiência e seus respectivos cuidadores, através da identificação das necessidades de cuidados”, destaca.

Leide Coelho, pesquisadora da Fiocruz, ressaltou que a etapa presencial do curso é a continuação da formação iniciada online e faz parte do processo de análise da aplicabilidade do IFBrM.

Metodologia

O estudo começou com um curso para profissionais de nível superior das áreas de saúde, assistência social e educação. A formação contou com uma etapa online, realizada entre 22 e 30 de agosto, e uma fase presencial nos dias 2 e 3 de setembro, em Teresina. Agora, o MDHC trabalha na coleta de dados, que será concluída no dia 4 de outubro.

Novo modelo

A Avaliação Biopsicossocial Unificada da Deficiência, lançada pelo Governo Federal em novembro de 2023, tem o objetivo de mapear as barreiras enfrentadas por pessoas com deficiência, permitindo que as políticas públicas sejam ajustadas para atender às suas necessidades.

O modelo simplificará o processo de certificação, emitindo um certificado único válido em todo o país, o que garantirá acesso igualitário às políticas públicas. Essa iniciativa reflete a prioridade do MDHC na promoção da inclusão e dos direitos das pessoas com deficiência, que foi amplamente discutida na 5ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que ocorreu em julho em Brasília.

Texto: M.C.M