Crianças em sala de cinema com mãos levantadas e adultos observando, em ambiente animado.

Com o objetivo de promover a inclusão no audiovisual, o MinC e a ANCINE realizaram, na última quinta-feira (4), duas sessões acessíveis para cerca de 100 estudantes com deficiência visual e estudantes com deficiência auditiva da rede pública do Distrito Federal.

As exibições do filme “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa” ocorreram em um complexo cinematográfico no Guará, com o apoio da distribuidora Paris Filmes e da Rede Cinesystem Cinemas.

A iniciativa integra o projeto “Cinema Brasileiro de Todos e para Todos” e marcou o encerramento da 2ª edição do Semana do Cinema 2025, que segundo o Painel de Indicadores do Mercado de Exibição da ANCINE, levou 3,25 milhões de pessoas às salas de cinema e gerou R$ 34,9 milhões em renda – um crescimento de 75,7% em público e 47,7% em receita em relação à 2ª edição de 2024, realizada no mesmo período.

As sessões simultâneas ofereceram recursos de acessibilidade aberta: uma com Libras e legendas descritivas na tela e outra com audiodescrição pelo sistema de som da sala. Os estudantes ainda puderam conhecer tecnologias de acessibilidade por aplicativos, utilizando seus próprios celulares.

Com apoio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – SNDPD e em articulação com parceiros do setor audiovisual, essas experiências têm caráter educativo e avaliativo: além do entretenimento, os estudantes colaboram na identificação de barreiras, no aprimoramento das tecnologias e na proposição de soluções mais eficazes. As contribuições de cada grupo serão consideradas pela ANCINE para o desenvolvimento de políticas públicas de acessibilidade no audiovisual.

Participaram do evento alunos do Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais, da Escola Integral Bilíngue Libras-Português do Plano Piloto e do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 07 de Ceilândia.

“Eu gostei bastante de vir assistir aqui, eu nunca tinha participado de uma sessão assim. Tinha assistido esse filme na minha escola, e daquela vez tinha um intérprete de Libras do lado. Agora, na sala de cinema, eu pude perceber coisas e entender claramente a mensagem”, comentou a estudante do 5º ano da Escola Integral Bilíngue Libras-Português, Sophia Stephane Melo Guimarães, de 13 anos.

A ação em Brasília soma-se a iniciativas anteriores que inauguraram essa agenda de inclusão audiovisual.

Em 30 de maio, em parceria com o Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES, foi realizada uma sessão especial no CineCarioca José Wilker (RJ), com o filme “Minha irmã e eu”, onde os estudantes avaliaram recursos de legendagem descritiva e tradução em Libras.

No dia 27 de junho, em colaboração com o Instituto Benjamin Constant – IBC, alunos cegos e com baixa visão vivenciaram uma sessão adaptada com audiodescrição, utilizando aplicativo em seus celulares, no Cinesystem Belas Artes (RJ).

No Distrito Federal, a ação contou também com o apoio da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral da Secretaria de Educação do DF, que disponibilizou questionário em QR Code para avaliação das sessões. O objetivo é reunir críticas, sugestões e elogios para aperfeiçoar os recursos e expandir a iniciativa para outras capitais e municípios brasileiros.

O projeto integra o Plano Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência – Novo Viver sem Limite -, iniciativa para garantir mais dignidade às pessoas com deficiência, suas famílias e comunidades em todo território nacional.

Com essas iniciativas e o planejamento das próximas sessões em outras cidades, a ANCINE reafirma seu compromisso com a construção de um cinema brasileiro inclusivo, de todos e para todos.

Texto: Agência Nacional do Cinema – ANCINE