Doze pessoas diversas no palco do Encontro Mundial da Deficiência, com painel e luzes ao fundo.

Realizado pela primeira vez na América Latina, o 11º Encontro Mundial da Deficiência Visual reuniu representantes de mais de 100 países em São Paulo, entre os dias 1º e 5 de setembro. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) participou com apoio institucional, levando ao evento equipamentos de tecnologia assistiva e materiais informativos sobre a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e acessibilidade em eventos presenciais.

Durante a abertura, na segunda-feira (1º), a secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Anna Paula Feminella, destacou a importância da participação social. “É com protagonismo e mobilização que transformamos realidades e superamos opressões históricas. Estamos aqui para celebrar, mas também para lembrar das lutas que abriram caminho para este espaço tão multicultural que é São Paulo”, afirmou.

Tecnologia e autonomia

No estande do MDHC, os visitantes conheceram iniciativas voltadas à inclusão. Entre os destaques esteve a apresentação, conduzida pelo Instituto Federal de Camboriú, sobre políticas de treinamento e acesso a cães-guia no Brasil. Também foi demonstrado o dispositivo eletrônico Liber, que combina câmera integrada, display Braille, visor ampliado e voz sintetizada, permitindo leitura tátil de conteúdos digitais.

O diretor de Relações Institucionais da SNDPD, Antônio José Ferreira, ressaltou a relevância das trocas internacionais. “Acompanhamos debates e mesas de discussão sobre o mundo do trabalho, um tema fundamental para a inclusão plena das pessoas com deficiência. O Brasil, por exemplo, se destaca como um dos países que mais avançaram nesse campo, combinando legislação e políticas públicas inclusivas”, disse.

Pacto federativo

Além da apresentação de tecnologias, o MDHC dialogou com gestores municipais sobre o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Novo Viver Sem Limite. Foram detalhados os requisitos para adesão ao plano e fortalecimento dos conselhos locais.

“Nosso objetivo foi orientar os municípios sobre o processo de adesão ao Novo Viver Sem Limite, que é o plano nacional que organiza e fortalece políticas voltadas às pessoas com deficiência em todo o país. Explicamos como os municípios podem estruturar seus órgãos gestores, implementar ações alinhadas ao plano nacional e ampliar a participação social, garantindo que as iniciativas locais realmente façam diferença na vida das pessoas com deficiência”, explicou Isadora Nascimento, coordenadora-geral de Articulação Institucional e Participação Social da SNDPD.

O evento foi organizado pela União Mundial de Cegos (UMC) e pela Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB), com apoio de instituições como o Comitê Paralímpico Brasileiro. Representantes do MDHC também dialogaram com atores internacionais, incluindo a Meta, sobre acessibilidade digital e políticas públicas de inclusão.

Texto: T.A
Edição: G.O