A imagem mostra quatro pessoas sentadas lado a lado em uma mesa de conferência. Da esquerda para a direita, a primeira pessoa é uma mulher de cabelo escuro e óculos, vestindo uma blusa azul com listras. Ao lado dela, um homem de cabelo curto e escuro, usando óculos escuros e um terno azul, está segurando um microfone. A terceira pessoa é uma mulher de cabelo cacheado e escuro, vestindo um casaco amarelo. Ela está olhando para baixo, possivelmente para um celular ou documento em suas mãos. A última pessoa é um homem de óculos e cabelo curto, vestindo uma camisa rosa clara. Ao fundo, há uma tela grande que parece estar projetando uma imagem da mesma conferência. Na mesa, há copos de água e placas de identificação na frente de cada pessoa.
Em evento que ocorreu em Brasília, Antônio José Ferreira lembrou a proximidade da agenda das pessoas com deficiência e das pessoas idosas, para as quais são fundamentais políticas públicas de inclusão e acessibilidade | Fotos: Clarice Castro - Ascom/MDHC
Viver é envelhecer, nada mais”. Com a frase de Simone de Beauvoir foi encerrado o evento “O amanhã é hoje. O futuro é agora”, nesta quinta-feira (31), em alusão ao Dia Internacional e Nacional da Pessoa Idosa, no auditório da Fiocruz Brasília. A programação foi encerrada pelo secretário Nacional da Pessoa Idosa do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Alexandre da Silva, e pela diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio.Alexandre da Silva relembrou alguns temas debatidos e destacou a importância de combater a violência financeira e patrimonial, citando a cartilha recém-lançada pelo MDHC sobre o tema e a necessidade de pensar ações de acordo com os dados mapeados sobre essa parcela da população no país.

O objetivo, segundo ele, é contribuir para mitigação dos problemas discutidos no seminário. “Os grupos mais vulnerabilizados entre as pessoas idosas têm uma cor de pele em comum, são pessoas negras, assim precisamos fazer a intersecção necessária que é a do idadismo e do racismo”, observou.

Para Fabiana Damásio, o seminário é apenas o começo de um trabalho. Na avaliação dela, é fundamental continuar as reflexões sobre o enfrentamento das desigualdades socioeconômicas, a fim de garantir um envelhecimento ativo e saudável para todas as pessoas.

A diretora da Fiocruz Brasília exibiu um mosaico de palavras traçadas a partir dos temas debatidos no evento para demonstrar o compromisso coletivo ali firmado com a agenda da pessoa idosa a partir das experiências, vivências responsabilidades com esse grupo populacional no Brasil. “Esse encerramento representa a construção de um ponto de partida para a agenda de futuro e o que iremos fazer a partir do momento em que sairmos daqui”, assinalou.


Intersecções

Os debates sobre envelhecimento no Brasil e o cuidado com a pessoa idosa marcaram o seminário realizado pela Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa. Nesta quinta (31), um dos painéis da programação colocou em pauta questões relacionadas à intersecção entre as pessoas idosas e as pessoas com deficiência. Integraram as discussões o diretor de Relações Institucionais da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio José Ferreira; o professor e pesquisador Daniel Groisman; e a geriatra e consultora para o envelhecimento, Karla Giacomin.Antônio José Ferreira lembrou a proximidade da agenda das pessoas com deficiência e das pessoas idosas, para as quais são fundamentais políticas públicas de inclusão e acessibilidade. O gestor chamou atenção para o futuro e para as possíveis mudanças que o indivíduo pode passar ao longo da vida. “As pessoas com deficiência e as pessoas idosas percebem que estão juntos no dia a dia quando enfrentam os mesmos preconceitos, a mesma exclusão e as mesmas barreiras”, disse.

Dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, de acordo com o diretor, apontam que pessoas com deficiência acima dos 60 anos são, aproximadamente, sete milhões de indivíduos no Brasil. O estudo mostra ainda que pessoas entre 60 e 69 anos tem mais dificuldade enxergar, de se locomover e subir degraus. Para Antônio, “a acessibilidade é um ponto em que nos converge e se faz necessário o desenvolvimento de políticas que atendam essas pessoas”.