A imagem mostra um evento em um auditório, onde várias pessoas estão sentadas em uma mesa comprida, participando de um seminário. No canto direito da imagem, uma mulher negra está em pé, falando ao microfone. Ela veste uma roupa clara e parece estar fazendo uma apresentação ou discurso. Na parede atrás dela, há um grande banner com o título "Seminário Internacional Autismo e Educação Inclusiva". À esquerda, há uma projeção na parede com imagens de pessoas e um intérprete de língua de sinais. A mesa está coberta com uma toalha preta e há garrafas de água e microfones à frente dos participantes.

Durante participação no Seminário Internacional Autismo e Educação, promovido pelo MEC, titular nomeada para a pasta defendeu a criação de protocolos de defesa das pessoas vítimas de preconceito / Daniela Pinheiro - Ascom/MDHC

A nova ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, reafirmou, na noite desta terça-feira (10) o compromisso com a luta contra o capacitismo e a valorização da diversidade. “Nós somos uma pluralidade de sujeitos e queremos, na nossa pluralidade e nas nossas diferenças, conviver juntos e em sociedade. Esse é um aspecto fundamental da democracia”, afirmou. A declaração foi dada durante a abertura do Seminário Internacional Autismo e Educação Inclusiva. O evento foi a primeira agenda pública da professora e assistente social após a nomeação para o MDHC.

Macaé Evaristo defendeu que a realização do Seminário promovido pelo Ministério da Educação (MEC) reforça o direito à educação inclusiva. A ministra citou o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência “Novo Viver Sem Limite”, do MDHC, estruturado em quatro eixos: gestão e participação social; enfrentamento ao capacitismo e à violência; acessibilidade e tecnologia assistida; e promoção do direito à educação, à assistência social, à saúde e aos demais direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais. Segundo a ministra, é fundamental a elaboração de protocolos e mecanismos de avaliação em defesa das pessoas vítimas de capacitismo. “A nossa luta é para garantir que a vida prevaleça sobre o mercado”, lembrou.

Representando o ministro da Educação, Camilo Santana, o secretário-executivo do MEC, Leonardo Barchini, saudou o histórico de luta em prol da educação da nova titular do MDHC. “O Ministério dos Direitos Humanos teve um desmonte ainda maior do que o Ministério da Educação no governo anterior e é muito importante que os ministérios maiores, que têm fundos constitucionais, apoiem a reconstrução dessas políticas”, disse. “A gente está à disposição em 100% do nosso tempo. Que bom que você está aqui com a gente, Macaé”, comemorou.

A secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do MDHC, Anna Paula Feminella, defendeu a ampliação do debate sobre educação inclusiva, o autismo e todas as deficiências por meio do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade). “Quanto mais segregados estivermos, mais inviabilizados, mais violados nos nossos direitos e mais violentados”, salientou. “O nosso protagonismo é fundamental para que a gente tenha essa transformação necessária”, frisou.

Sobre o Seminário

O evento contou com a presença de autoridades, pesquisadores, profissionais da educação, estudantes, gestores, movimentos sociais, famílias e especialistas dos Estados Unidos, Alemanha, Argentina e Brasil. A palestra de abertura abordou o tema “Processos democráticos: políticas públicas guiadas pela comunidade” e foi ministrada pelo professor Lawrence Fung, da Universidade de Stanford.

A iniciativa do Seminário é voltada ao compartilhamento de estudos que evidenciam a eficácia dos modelos educacionais inclusivos para estudantes autistas, em consonância com a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, com a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.

O objetivo é ajudar na construção e consolidação de soluções educativas inclusivas, que assegurem acesso, permanência, aprendizagem e plena participação dos estudantes autistas nas escolas comuns. O evento é uma parceria entre o Ministério da Educação, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco, Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas Autistas (Abraça), Autistas Brasil e Vidas Negras com Deficiência Importam.

Texto: D.V.
Edição: B.N.