A quinta edição do LideraGOV, programa de formação de novas lideranças da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), está com inscrições abertas até o dia 2 de fevereiro, e conta com vagas reservadas para pessoas servidoras públicas com deficiência que desejam desenvolver competências de liderança.

Já imaginou uma cidade com calçadas amplas com pisos táteis, com semáforos e faixas de pedestre com sinalização sonora e asfaltamento sem buracos? Uma forma de se ter um olhar voltado para acessibilidade, na construção de espaços públicos e na elaboração de políticas públicas pensadas para todas as pessoas, é com a participação de mais lideranças diversas no serviço público.

Com o objetivo de melhorar a entrega dos serviços públicos para a sociedade, a quinta edição do LideraGOV, foca na inclusão e promoção da diversidade com vagas reservadas para pessoas negras, pessoas com deficiência, indígenas, quilombolas e para pessoas trans, sempre com paridade de gênero.

Lorena Alleyne Vannelle, servidora da Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas (CGMET) do Ministário dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC),  participou da quarta edição do programa de formação e avalia que iniciativa dialoga com as pautas do ministério ao promover os direitos de cidadania e valorização de todas as pessoas.

Para a servidora, o programa tem gerado oportunidade na formação para a entrada dos egressos em uma rede de executivos do alto escalão do serviço público que, de acordo com ela, são as pessoas que tomam decisões importantes. “Ao final, quem ganha é a democracia. É de uma importância gigantesca que o serviço público federal tenha esses tipos de iniciativa, porque o Brasil real também é formado por pessoas vulnerabilizadas, e o serviço público precisa ter essa cara”, defende.

Segundo Lorena, o programa abre a possibilidade de se pensar os serviços públicos de forma inovadora e diferente, o que pode gerar novas soluções para problemas sociais, econômicos e políticos que ainda persistem no país. “Com isso, os olhares, vieses e perspectivas de trabalho ganham novos contornos, porque  também parte-se de experiências e caminhos diversos para a entrega do próprio valor público à sociedade”, afirma.

Para a Secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do MDHC, Anna Paula Feminella, a participação de pessoas com deficiência, negras e outros grupos vulnerabilizados no LideraGOV é fundamental para a construção de um serviço público mais representativo. “O reconhecimento de que as opressões sociais se interseccionam com outros marcadores sociais é essencial para assegurar a efetividade das políticas públicas, promovendo o enfrentamento das desigualdades e a construção de uma sociedade mais justa e equitativa”, pontua.

Podem participar do processo seletivo para o LideraGOV servidoras e servidores públicos estáveis da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, regido pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que não ocupem Cargo Comissionado Executivo (CCE) ou Função Comissionada Executiva (FCE) de nível 13 ou superior, ou equivalentes. As inscrições devem ser efetuadas exclusivamente pelo site lideragov.enap.gov.br.